Presos da PCE que cursam graduação em administração recebem livros
Agora os estudantes poderão fundamentar suas pesquisas em obras técnicas da área. Entre os livros entregues estão o Manual de Gestão Pública, Estatística Básica, Contabilidade Pública, Introdução à Economia, Macroeconomia, Teoria Geral da Administração – da Revolução Urbana, Matemática Básica para Decisões Administrativas e outros.
A aula inaugural do curso foi em dezembro do ano passado e esses reeducandos são os primeiros alunos de graduação de uma universidade federal do país, no projeto chamado “Liberdade de Fato e de Direito”. A ideia foi viabilizada graças à iniciativa da PCE e a adesão dos parceiros.
“A Defensoria Pública acredita que a educação é um dos pilares básicos no processo de ressocialização. Dar essa possibilidade a essas pessoas é antes de tudo, cumprir a Lei de Execuções Penais e capacitar, humanizar um sistema conhecido por sua aridez. Ver o projeto sair do papel é um alento. E a ação só foi possível graças a uma convergência de forças, de órgãos e entidades que se empenharam muito”, avalia do defensor público do Núcleo de Execução Penal de Cuiabá, André Rossignolo.
Os alunos do PCE farão o curso como qualquer aluno de graduação de uma instituição educacional. Eles passaram por um vestibular interno, foram selecionados e terão aulas com tutoria, à distância, e aulas presenciais. O curso de bacharelado em administração pública tem duração de quatro anos e aqueles que cumprirem suas penas, continuarão as aulas fora da penitenciária, no polo presencial da UFMT.
“Essa é a oferta de algo concreto, uma possibilidade para que essas pessoas tenham uma profissão e não voltem a reincidir em crime, após deixarem o sistema. O projeto é piloto por ser único a ofertar esse número de vagas, dentro de uma unidade prisional e esperamos que seja uma referência que se expanda”, explica a presidente do Concep, Sílvia Tomaz.
O curso à distância é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e os alunos terão aulas em três salas dentro do PCE. Elas foram equipadas com computadores, internet, quadro e os estudantes contarão com o apoio de seis professores tutores e de uma biblioteca com 122 livros físicos. O Concep viabilizou a biblioteca, os custos do vestibular e parte da estrutura de informática. O TJ forneceu os computadores e a Sejudh, o espaço físico.